Trampolim da evolução…

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No deserto profundo de mim mesma, nesse vazio de medos, onde os ventos da mudança beijam a fé do coração, nasce o novo… é hora de respirar fundo e saltar, porque evoluir é ser a própria mudança!
Não há que olhar para trás, o que foi já não é! Não há que ter medo do que vem, porque ainda não o é! Arrumar a casa, limpar o que está sujo, dar o que não se usa, abrir mão do que já está gasto… reciclar, transformar, transmutar, de dentro para fora, bem lá do fundo de mim até todas as áreas da minha vida… é a lei da mudança, é o trampolim da evolução!
Quem não entende esta lei fica preso a um passado que já não existe; condenado a esperar por uma felicidade que nunca chega!
Solto e entrego-me ao fluxo da vida; sem resistir, deixo-me levar pelo rio … e porque abraço o vento da mudança e porque permito-me ser a flexibilidade da água; deixo-me morrer no fogo da transformação… e só assim renasço outra, numa nova vida, numa nova realidade!

Esta força da mudança reside bem lá dentro de mim, nasce no meu sangue, morre nos meus ossos, e volta a renascer na minha respiração… não tem nada de consistência ou de permanência! É a energia, é a vida, logo é a mudança! Confio, aceito e lá vou eu surfando a onda… acreditando no meu valor, nas minhas qualidades, na vida!

Faz este mês exatamente 10 anos que deixei o meu emprego como Técnica Superior de Laboratório na Escola de Medicina da UM. Deitei para trás o título de bióloga de 7 anos e comecei uma vida nova como professora de yoga…
Durante muitos anos, espalhei por todo Portugal as vibrações dos Gongos e das Taças Tibetanas, em 2009 publiquei um CD, mas quando chegou o momento deixei a outros essa arte mágica…
Criei uma linha de cosmética natural e artesanal, onde eu mesmo produzia os produtos com receitas criadas por mim e onde colocava os meus vastos conhecimentos de aromaterapia e óleos essenciais, mas quando chegou a hora também isso deixei a alguém de muita confiança…
Fui aluna e mais tarde formadora de professores da Escola de Yoga Integral de Portugal e quando o senti parei completamente…
Estive quase 4 anos a estudar Medicina Tradicional Chinesa, mas quase a terminar decidi não continuar… Estudei Medicina Ayuvédica e ainda Medicina Tibetana… mas medicina não é o meu caminho…
Queimei pestanas a estudar Filosofia de Yoga de muitos estilos e tradições…
Passei pelo hinduísmo, taoísmo e parei no budismo… No budismo comecei com o Zen, mas foi no Budismo Tibetano que encontrei raízes… Aprofundei Psicologia e Filosofia Tibetana, incluindo o budismo tantrayana que ainda hoje é e será a base de todo o meu trabalho…
Patenteei um novo estilo de yoga – Pulsar Yoga – fiz muitos vídeos no youtube, fiz retiros, ensinei muitas pessoas e, num certo dia, decidi não dar continuidade…
Sou formadora de professoras de Lu Jong, dei a conhecer o Lu Jong a Portugal, espalhei professores por todo o país e este ano vou dar as últimas formações…
Durante 10 anos dei aulas regulares de yoga (passando por muitos estilos, desde yoga para crianças, grávidas até power e vinyasa yoga) e neste próximo Julho vou deixar de dar… (sim Junho é o último mês de aulas regulares de Lu Jong, Tsa Lung e Mindfulness dos Sentidos)

E quando algo acaba, abre-se espaço para que o novo entre… Sim, virão novidades! um novo site para finais de Abril… cursos de massagens para o final do ano… rituais para casais… e muito mais virá… incluindo novos interesses/estudos em novas áreas e um elemento masculino que me vai ajudar no meu trabalho… 😀
Durante esta caminhada levarei sempre comigo todos os conhecimentos que todos os dias procuro transformá-los em sabedoria com as minhas práticas diárias… para que não pesem, para que fiquem leves e me deixem voar!
E tudo o que não fizer sentido para ti, deixa ir… mas tudo o que ressoa no teu coração, aproveita… deixa-te inspirar e vem voar comigo!

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Deixar ir o velho para abraçar o novo …

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Não há nada mais difícil que aceitar com contentamento a mudança , deixar ir o passado , o que já não nos faz crescer , os padrões que nos viciam e nos limitam , o que já passou , seja bom ou mau … Resistimos porque temos medo de mudar , de sair da zona de conforto , mesmo que esta não passe de um mar de descontentamento , dores , sofrimento … o medo de avançar para o desconhecido leva-nos a esquecer que existem terras para descobrir nesse além mar. E é agora o momento de deixar ir , de criar espaço para que o “novo” possa entrar nas nossas vidas.
O passado com todas as suas vivências , ora belas ou nem tanto , servem para acumularmos experiência ou sabedoria de vida. Tudo o resto fica lá nesse passado , porque lá pertence. Connosco , dessa aprendizagem , carregamos a oportunidade de sermos pessoas mais abertas , mais leves , mais amorosas , mais compassivas , mais flexíveis à impermanência … ou assim deveria ser!
Libertamo-nos do passado e damos espaço para que as memórias , as recordações se derretam no coração e aí residam na forma de papiros de sabedoria e de gotas de amor…
Deixamos ir essa energia que já não faz parte de nós e da nossa vida e cria-se espaço para o “novo” entrar … esse espaço que se abre a um mar de possibilidades. E sem julgamento , aventuro-me a esse admirável mundo novo!
Dizem que tenho alguma facilidade em despedir-me do que sinto que já não é para mim … honestamente , nunca nenhuma despedida foi fácil , em especial aquelas que significaram tanto na minha vida. Mas há algo que procuro fazer , sempre que tomo uma decisão já não olho para trás e assim tudo fica automaticamente mais claro. A forma de reconhecer que algo já não me pertence está , mais uma vez , em procurar tomar consciência , através do sentir , que algo não está em sintonia com aquele momento da minha vida , com que percurso de vida que estou a fazer. E isto pode passar pelo vestuário , decoração de casa , até à vida profissional e pessoal , sendo que obviamente é bem mais fácil libertar-me dos primeiros … Mas porque não treinar já com o mais fácil para facilitar o mais difícil?
Sim , procuro respeitar ao máximo os meus ciclos , as minhas mudanças e quando mudo , abraço 100% essa mudança em direção a novos rumos , a novos saltos , a novas aprendizagens … E não será por acaso que nasci à meia noite , na transição de um dia para o outro! Quem está atento ao meu trabalho vê de forma clara essas mudanças …
Em 2016 vou continuar o meu trabalho cada vez mais profundo na mente através da Filosofia e Psicologia tibetana … no corpo subtil através do Yoga Tibetano … no “sentir” através de Mindfulness dos Sentidos … no resgatar do poder feminino nos Círculos das Dakinis … na energia sexual e sexualidade sagrada em cursos especiais e retiros (alguns só para casais) …
Continuarei a dar as minhas aulas regulares de grupo ou privadas de Lu Jong , Tsa Lung e Bliss … Os meus cursos de Meditação Mindfulness … As minhas consultas de Psicologia Tibetana , as sessões de massagens tibetanas Kum Nye e a Terapia de Cura Tibetana (Reiki Tibetano).
Mas o final de ano ficou marcado com a decisão de deixar de ensinar Tog Chod … sim, é verdade e já está agendada a minha última formação de professores de Tog Chod para Março.
Mas em finais de Janeiro vou tornar-me formadora de massagistas de Kum Nye e ainda este ano vou fazer a minha primeira edição desta formação … E assim se deixa ir o “velho” para deixar o “novo” entrar …

Próximo Eventos:

Ritual Ano NovoKum Nye_wkCursoBudismoTogChodFormação

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Newsletter Fevereiro 2015

NewsletterAnaTaboada_2015Caro amigo e amiga ,

Para consultares a newsletter de Fevereiro clica neste link .

E lembra-te :

Aceitar a mudança traz-nos a oportunidade de mergulhar no mar da felicidade … ao início pode parecer estranho , mas depois , se apreciarmos a beleza da diferença , amamos o seu sabor salgado !
Amar a mudança é usar a nossa maior arma para ser feliz : a liberdade de ser e de estar !

BodhiSoha !

Com toda a dedicação e entusiasmo ,

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Abraçar a mudança…

cropped-dscf2836.jpgCaros amigos e amigas,

Este mês faz dois anos que passou na RTP1 a reportagem Mulheres que mudaram radicalmente de vida. É interessante como ao voltar a ver este vídeo fico tão satisfeita com as escolhas e as decisões que tomei e com as mudanças que abracei. E não me refiro apenas às mudanças que marcaram este vídeo, mas, agora em especial, às mudanças destes últimos dois anos.

Este vídeo marcou um momento em que começava a receber os frutos de toda a dedicação e de todo o esforço de 4 anos intensos. Anos que não foram fáceis, mas que foram um bom treino. E como sempre procurei integrar tudo o que aprendia na prática e no dia a dia, posso dizer que todas as dificuldades foram grandes oportunidades para avançar no caminho. E sim, as dificuldades foram um grande incentivo para praticar… e pratiquei muito, mesmo muito. E quanto mais praticava mais tudo fazia sentido: os ensinamentos, a devoção ao mestre… Tudo!

Quando falo dos frutos, não me refiro apenas à imagem que já tinha construído, mas em especial os frutos ao nível espiritual. Sentia-me realmente feliz e sabia que estava no caminho certo. Bem sei que esta felicidade relativa ainda é muito temporária, mas de alguma forma era já bastante diferente de todas as outras que conhecia. Era uma felicidade calma de quem sabia que ainda tinha um bom caminho a percorrer, mas que já via a luz… que já sabia que apesar de difícil, é possível.

Foi por este motivo que em Dezembro de 2011 na entrevista afirmei que não tinha mais sonhos. Porque projectos temos sempre e ainda agora tenho muitos… mas o que quis dizer com esta frase é que tinha descoberto o verdadeiro sentido de todos estes projectos. Já sabia que todos os sonhos são meras ilusões e que o objectivo ultimo é despertar destes sonhos. Os projectos e os sonhos são importantes? Claro que são, na medida que têm uma função. Mas para além disso são apenas ilusões que têm o valor que têm… Todos estes projectos e sonhos são apenas ferramentas ou métodos para nos tornarmos pessoas mais livres e, nesta busca, também poder ajudar outros a encontrar também essa liberdade. Porque apesar de ainda não voarmos alto, ainda assim é possível ajudar, com o nosso voo ainda rasteiro, muitos a levantar os pés do chão e a tomarem consciência que existe muito mais, além deste oceano de sofrimento que é o samsara.

E agora, em Dezembro de 2013, depois de ter feito outras tantas mudanças radicais, sinto-me ainda mais convicta que é possível… Deixei o Pulsar Yoga que tinha sido a minha criação e grande paixão, e não só minha, mas também de muitos… deixei de tocar os concertos de Taças Tibetanas e Gongos que tanta fama me deram e que tanto gostava… deixei as formações de Taças Tibetanas e Gongos porque se não tocava também não fazia sentido ensinar… e, cheguei mesmo a vender o “meu” gongo Tam Tam aos meus alunos Vasco e Liliana de Cucujães, e como foi dificil essa decisão… mas sabia que eles poderiam dar continuidadde a algo que já era impossível para mim. E perguntam: mas porquê tantas renúncias? Seria mesmo necessário? Não é a felicidade fazermos o que gostamos? Pois a resposta é mesmo essa: Não! A felicidade pode passar, inicialmemente, por ser fazer o gostamos. Mas se formos bons praticantes, mesmo bons, vamos descobrir que a felicidade é começar a cessar “o gosto” e o “não gosto” e abraçar o que tem de ser feito… ser como a água que se adapta e abraçar a mudança… e sempre que é possível fazer escolhas e tomar decisões, então fazer com o máximo de sabedoria possível e não dominados pelas emoções.

Desculpem a sinceridade, mas se eu própria – que também nasci no ocidente, no mesmo contexto cultural e religioso e passei por dificuldades, problemas e vicissitudes por que passam a maioria das pessoas que estão a ler este artigo – realizei isso, não vejo porque também não o poderão fazer. Claro que requer um entendimento grande sobre a natureza do sofrimento e da felicidade… mas esse entendimento também não é suficiente. Requer pratica, mesmo muito pratica e muita contemplação para que esse entendimento intelectual se derreta no coração. E nesse momento passamos a sentir o que antes só pensávamos.

E perguntam-me outra vez: mas então gostas ou não gostas do fazes? Então respondo, claro que SIM… MUITO! Porque o amor torna tudo belo, tudo perfeito aos nossos olhos. Quando tudo começa a fazer sentido, amamos mais o Dharma, amamos mais o Mestre, amamos mais Buda, amamos mais a Sangha… Amamos mais a Vida, não como queremos que esta seja, mas tal como esta é… sabendo que na caminhada temos de usar tudo, desde que não prejudique ninguém, para nos aproximarmos do ultimo despertar…

Mas o “caminho para a perfeição” é um caminho gradual, em que o aperfeiçoamento é feito de pequenos despertares. E cada despertar pode ajudar, não só a saltarmos para o despertar seguinte, como também servir para ajudar muitos que estão à nossa volta a ter pequenos despertares… O que nos move? A compaixão, o amor… sempre!

E é isso que faço ou procuro fazer… ir despertando… a mim própria… e aos outros à minha volta. A fama, o sucesso e todas as outras condições externas são métodos, muito úteis, mas com um valor relativo. A sabedoria é a maior riqueza. Então é assim que se faz o caminho: unindo o método à sabedoria… Sabendo que ainda existe um grande caminho pela frente e que, apesar de difícil, não é impossível de ser percorrido, desde que empreguemos um correcto esforço e uma correcta motivação. E o facto dos degraus ainda serem muitos, só nos deverá acelerar o passo e gerar a convicção de que já perdemos demasiado tempo… É hora de acordar! Lembrem-se: a felicidade existe bem mais perto do que nós imaginamos… porque nós já somos essa felicidade. O caminho só serve para a podermos realizar, nada mais… Por isso, a minha aspiração é, quando lá chegar – onde quer que seja! – eu possa sem hesitação e sem olhar para trás, sair do caminho e, como Buda fez, procurar uma árvore e com a toda a serenidade sentar-me – sem medos e sem esperar nada – à sua sombra… porque por mais bonito que seja esse caminho, ele sempre foi, é e será apenas um caminho que só serve para me conduzir onde sempre quis chegar… espero que me entendam!

Com toda a dedicação e entusiasmo,

Ana Taboada

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PS: Para recordar vejam o vídeo da reportagem passada na RTP1 em Dezembro de 2011: